Semana passada, estava eu num desses Juizados da vida, esperando um colega terminar uma audiência... sem paciência de assistir à pendenga lá dentro, saí... o calor tava infernal - eu toda empacotada - peguei uma revistchinha pra folhear enquanto me arrependia amargamente por ter saído da sala da juíza - antes impaciente que suando em bicas, concorda? Mas como a cara-de-pau me faltou pra voltar pro ar condicionado e pro blá, blá, blá das testemunhas... permaneci no calor!
No fim da revista, eu já estava renegando a vigésima geração do engenheiro daquele JEC: "Nem uma entrada de ar, meu querido? Nem um ventilador de teto?!" - eis que aparece um artigo de Zeca Baleiro - Palavrões e Poesia - falando da proibição do uso de palavrões nos estádios da Paraíba, a tal " Lei Pimenta na Boca".
Na Net, correm muitos e-mails sobre esse tema, criticando, ovacionando, classificando, enfim... falando de quão bom é você ter a liberdade de expressar um palavrão na hora exata, onde reles palavras não caberiam, onde sinônimos enfraqueceriam teu diálogo, tua emoção... Em alguns textos, como no de Zeca Baleiro, se fala até do "poder curativo e libertador" do palavrão... certa vez eu li que nada alivia mais do que um grito: "caralh*******" ou "PQP" quando se leva uma topada. Bom, não sei se concordo muito... sei que a dor imensurável da minha torção no pé não sucumbiu aos zilhões de PQP ininterruptos que ,silenciosamente, eu "gritei " pra mim mesma - já que eu estava num acampamento cristão... (Vai ver q a culpa foi do silêncio se eu tivesse gritado pros outros, teria doído menos... nunca vou saber!! hahaha)
Lá em casa, o pessoal sempre foi adepto a uma porr* aqui, outra ali... sobretudo minha mãe, no auge de sua paciência, doçura e candura...hahaha Confesso que nunca ouvi um "bom dia" antes de ir pra escola. Todos os dias, eu e meu irmão éramos acordados com a suavidade da frase: "Levanta bando de porr*, vocês vão chegar atrasados de novo!!!" Se ela falava alguma coisa antes, eu nunca ouvi.... só acordava quando ela usava as palavras mágicas. Papai era mais relax, chamava pouco palavrão, era uma coisa q eu admirava nele... mas a medida que os cabelos brancos foram aparecendo, o vocabulário dele foi junto... e agora a linguajar é riquíssimo, viu?!! =p
O bom dos palavrões é que eles podem ser usados tanto nas alegrias quanto nas tristezas, diferentemente dos adjetivos (quando é bom, é bom ... quando é ruim, é ruim... quando é feliz, é feliz, quando é triste é triste...mas fod*, por exemplo, pode ser os dois - os palavrões transcendem... transformam... muitas vezes o palavrão é até uma forma carinhosa, né, Mrs. Güntekin huahauhau )
Palavrões tb são a cara de algumas pessoas, né? Tem gente que fala tanto determinado palavrão - ou fala de uma maneira tão peculiar - que aquele tal fica sendo a marca registrada da pessoa. Não dá pra ouvir "caralh*" e não lembrar de Thalita e seu explicadíssimo "caráááli*" que só ela sabe dizer! Nem como esquecer Cristina fazer a EXTRAVAGÂNCIA de soltar um "porr*" - é pq eu conheço essa menina há 20 e tantos anos... e ela simplesmente não fala nada, pow!! Se ela fala um porr*, pode ter certeza, a casa caiu!!
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